Em ‘Sambaobá – A Raiz Feminina do Samba’ a atriz e cantora gaúcha busca identificar e localizar a presença da mulher compositora de samba no RS
Glau Barros é uma artista de muitas facetas. Além de atriz e cantora versátil, ela exibe, agora, seu lado pesquisadora com o projeto “Sambaobá – A Raiz Feminina do Samba”, no qual realiza uma pesquisa que tem como propósito mapear e publicizar a presença de mulheres compositoras; artistas mulheres que têm no gênero samba seu fazer artístico, contribuindo de forma efetiva com o legado cultural das diferentes regiões do Rio Grande do Sul a que pertencem. Sua investigação está centrada em cinco cidades gaúchas: Gravataí, Pelotas, Uruguaiana, São Borja e Rio Grande. O projeto é viabilizado por meio do Edital Criação e Formação – Diversidade das Culturas, realizado pela Secretaria de Estado da Cultura em Parceria com a Fundação Marcopolo, com recursos oriundos da Lei nº 14.017/2020, a Lei Aldir Blanc.
“O samba, gênero genuinamente brasileiro, é símbolo de luta e resistência da cultura diaspórica negra. Mas infelizmente sua voz, através da História, é quase que predominantemente masculina”, explica Glau Barros. “Com esse projeto procuro dar voz a estas sambistas, encontrando autoras, cantoras e instrumentistas”, detalha.
Ao longo de cinco lives, Glau Barros irá apresentar as cantoras, intépretes e instrumentistas que identificou em seu estudo, oriundas das cinco cidades pesquisadas. A live de lançamento ocorre no próximo dia 21 de julho, quarta-feira, às 20h, com a participação das compositoras Pâmela Amaro e Guaíra Soares, como convidadas especiais. A transmissão é pelo canal Glau Barros, no YouTube (confira no “Serviço”). As demais lives se realizam nos dias 28/07, 04/08, 11/08, 18/08 e 25/08, sempre às quartas-feiras no horário das 20h.
Completa a iniciativa, a produção de podcasts contendo as entrevistas realizadas por Glau Barros, tendo como entrevistadas as compositoras pesquisadas, privilegiando o seu processo criativo e encerrando com a execução de um samba autoral. Este material ficará disponível no canal Glau Barros do YouTube. É importante ressaltar que o projeto prevê acessibilidade.
Celeiro
Glau Barros observa que o Rio Grande do Sul é um celeiro de grandes sambistas, sendo alguns nacionalmente conhecidos. Ela cita Lupicínio Rodrigues, Zilah Machado, Túlio Piva, Bedeu, entre outros. “A exemplo desta pequena lista de expoentes gaúchos do samba, as mulheres são pouco conhecidas do grande público”, analisa a artista. Sambaobá – A Raiz Feminina do Samba objetiva identificar e localizar a presença da mulher compositora de samba no Estado.
Segundo Glau Barros, o objetivo é “descobrir a raiz feminina do samba no Sul”. Sua investigação tem por finalidade visibilizar e reconhecer as mulheres sambistas de diferentes regiões do nosso Estado, como forma de fortalecer a narrativa feminina e o protagonismo dessas artistas. “De um modo geral, as mulheres, ao longo da história, sofrem de silenciamento e carecem de que sua obra seja documentada para conhecimento na atualidade e nas gerações futuras”, avalia.
A preocupação em buscar compositores inéditos tem sua origem no CD Brasil Quilombo, primeiro registro da cantora Glau Barros, onde, das doze músicas que compõem o álbum, quatro sambas são composições de mulheres. São eles: “Vem devagar” de Zilah Machado, “A caixa e o tamborim” de Pâmela Amaro, “Desamor” de Delma Gonçalves (em parceria om Bedeu) e “Escolha” poema de Elisa Lucinda musicado por Gelson Oliveira. Glau Barros ressalta que o samba como sendo ritmo hegemônico na cultura brasileira apresenta ainda uma narrativa predominantemente masculina e, dessa forma, nos oferece uma visão parcial da realidade. A busca ativa das compositoras mulheres objetiva acrescentar esta visão de mundo feminina que, muitas vezes, está ausente no samba. Intérpretes como Glau Barros e outras cantoras sentem a falta da voz e da fala de compositoras para abastecerem suas narrativas.
Conceito
Sambaobá – A Raiz Feminina do Samba Sul se organiza a partir de três palavras que o originam e propõem uma direção – Samba, Baobá e Obá – e a articulação desses três conceitos dão a dimensão da complexidade que ele apesenta. Samba, designa o principal gênero musical brasileiro e tem sua origem nas comunidades afro-brasileiras urbanas. O baobá é uma espécie de árvore africana da família das Malvaceaea, que foi trazida para o Brasil por africanos e geralmente plantadas em locais específicos para o culto das religiões africanas. Por fim, Obá é uma orixá africana do Rio Oba ou rio Níger, primeira esposa de Xangô. É também a dona da roda. Orixá, feminina, energética, temida, e forte, considerada mais forte que muitos Orixás masculinos. É cultuada como a grande Deusa protetora do poder feminino, representante suprema da ancestralidade feminina.
Redes Sociais:
Facebok: https://www.facebook.com/glaubarrosoficial
Instagran: https://www.instagram.com/glau.barros
YouTube: https://www.youtube.com/c/GlauBarros
SERVIÇO:
O Quê: Live de lançamento do projeto de pesquisa, SAMBAOBÁ, de Glau Barros, com participações especiais das compositoras Pâmela Amaro e Guaíra Soares.
Quando: Dia 21 de julho de 2021, quarta-feira às 20h.
Onde: https://www.youtube.com/c/GlauBarros/featured
Quanto: Acesso gratuito
Projeto viabilizado por meio do Edital Criação e Formação – Diversidade das Culturas, realizado pela Secretaria de Estado da Cultura em Parceria com a Fundação Marcopolo, com recursos oriundos da Lei nº 14.017/2020, a Lei Aldir Blanc.
Informações para a imprensa:
Silvia Abreu
Foto:
Luis Ferreirah