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Palavra Negra é o próximo ciclo do projeto Humanidade CHC – Discussões Necessárias

Crédito: Afrovulto

Com curadoria da atriz e cantora Camila Falcão, Palavra Negra amplia as vozes negras em palestras, oficinas e apresentações culturais, nos dias 25 e 26 de setembro

Os ciclos temáticos do projeto Humanidade CHC – Discussões necessárias se tornaram essenciais para a cidade, graças ao leque de assuntos pertinentes trazidos para reflexão da sociedade. Depois do último, que discutiu arquiteturas possíveis nas cidades de hoje, o próximo ergue as vozes negras para falar de direitos, feminismo, arte, cultura e da luta antirracista.

Com curadoria da atriz e cantora Camila Falcão e convidados ilustres como Winnie Bueno, Cristal, Diego Ferreira, Mariana Marmontel e Felipe Deds, além de uma feira de artesanato temático, “Palavra Negra” aterrissa no CHC Santa Casa nos dias 25 e 26 de setembro. A entrada é franca com retirada de senhas no sympla.com/chcsantacasa.

Camila Falcão acredita que a curadoria de um evento dedicado ao movimento negro e à importância da palavra do povo negro não é apenas uma celebração da rica herança cultural e histórica, mas também um poderoso ato de afirmação e reconhecimento.

Entender que estamos situados em um estado que é majoritariamente branco e que somente valoriza as culturas ancestrais europeias, nos faz levar uma vida em torno do silenciamento. Porém estamos aqui, estamos vivos”, reflete. “Palavra Negra” vem reafirmar a força, a resiliência e a imensa contribuição de uma cultura plural para um espaço que por muitas vezes foi negado ao povo negro.

E evento inclui uma palestra de Winnie Bueno, pesquisadora, escritora, ativista do movimento de mulheres negras; espetáculo com Cristal, consagrada campeã regional de slam que publicou livros, viu um rap autoral estourar, gravou com Djonga, abriu shows nacionais e lançou agora seu primeiro EP — Quartzo; oficina de fanzines com Mariana Marmontel e Felipe Deds, baseada na trajetória e estilo do coletivo Poetas Vivos, grupo que promove projetos culturais e sociais por meio da literatura, da educação, da música e do afro-empreendedorismo; oficina de dramaturgia negra com Diego Ferreira; e, por fim, uma feira de artesanato com arte negra.

Palavra Negra” é um guarda-chuva que oferece espaço vital para que as vozes negras sejam ouvidas e valorizadas, permitindo que suas histórias, lutas e conquistas sejam compartilhadas com o público através das atividades propostas. “Queremos promover um espaço de diálogo e reflexão, onde a narrativa do povo negro é centralizada e respeitada” afirma a curadora Camila Falcão.

O “Humanidade CHC – Discussões necessárias” propõe, a cada ciclo, reflexões profundas com nomes de relevância nacional em diferentes áreas e segmentos da sociedade. A programação é gratuita e possui ingressos disponíveis na plataforma Sympla.

PALAVRA NEGRA – Programação
25 de setembro – quarta-feira
Feira de artesanato no Átrio, das 11h às 19h
Ana Mendes – Tecendo Renda / Luciane Ramos – Afro Lú / Clodoaldo Soares – Raízes do Axé / Adalberto / Ana Maack – Kilombo da Artes / Cristina Gonçalves – Boho Design _ cushion / Dandara – Dandara Moda e Arte

Oficina de Dramaturgia Negra, com Diego Ferreira, às 14h
Sala de Ação Educativa do CHC Santa Casa
Uma pausa para reflexão sobre escrita e teatralidades negras. Um breve panorama da atual dramaturgia negra que carrega em si suas subjetividades, diversidade e pluralidade através de uma perspectiva decolonial. A proposta da oficina é partilhar suas vivências enquanto um sujeito negro e sua pesquisa no campo da dramaturgia negra. É autor do espetáculo “Negreiros – história que a história não conta” produzido pelo Grupo Teatral Leva Eu.

Erguer a voz: ouvindo a palavra de mulheres negras, com Winnie Bueno, às 19h
Nesta palestra,  a pesquisadora, escritora e ativista do movimento mulheres negras, Winnie Bueno, explora as vozes poderosas de mulheres negras que, ao longo da história e nos dias de hoje, têm resistido, transformado e reimaginado o mundo ao seu redor. A partir do Pensamento Feminista Negro, abordará como suas experiências, lutas e saberes têm sido silenciados, e por que é essencial ouvir e amplificar essas vozes na construção de uma sociedade mais justa. A ideia é refletir sobre as interseções entre raça, gênero e poder, destacando o protagonismo das mulheres negras na luta por direitos e equidade.

26 de setembro – quinta-feira
Oficina de Fanzines com Mariana Marmontel e Felipe Deds, às 14h
Explicação sobre a história e definição dos Fanzines (revista fan) e criação de fanzines independentes utilizando modelos sugeridos pelo Coletivo Poetas Vivos. O encontro tem como objetivo instigar os jovens através da criação artística de um livreto independente. A ideia é potencializar a individualidade de cada educando, oferecendo as diversas possibilidades da imaginação em conjunto com a arte, que será registrada em uma publicação de livro, seja no formato de texto, desenho, pintura ou colagem. O objetivo é mostrar que nem todo livro precisa ser publicado por editora para ser uma potência literária.

Espetáculo com Cristal, às 19h30min – com tradução em LIBRAS
A artista vai apresentar um recorte de sua carreira, passando pelas músicas de seu EP Quartzo, recentemente lançado, e por outras músicas que marcaram sua trajetória. Cristal iniciou sua carreira em 2017 aos 15 anos, participando do projeto Sopapo Poético. De lá pra cá muita coisa mudou e sua meteórica carreira decolou. Descobriu as competições de poesia falada dos slams, tornou-se campeã regional da modalidade, publicou livros, migrou para a música, viu um rap autoral estourar, gravou com Djonga, abriu shows nacionais, subiu ao palco do Planeta Atlântida e lançou agora seu primeiro EP — Quartzo, que chegou em julho às plataformas digitais. “Minhas primeiras músicas diziam muito sobre o que eu via no externo. Quartzo é muito mais sobre o que me incomoda, sobre questões pessoais que eu precisava falar. Mas também é ato de resistência, também é amor, também é cuidado”, explica a artista. “A música e a poesia são quase como livros abertos sobre a nossa vida. Sempre senti esse incômodo e, ao mesmo tempo, essa necessidade de falar. Isso está sempre me dividindo como artista e como pessoa”, complementa.

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SOBRE OS ARTISTAS:
Felipe Deds (@felipededs)
MC, poeta, educador social, produtor cultural e slammaster, Felipe é multiartista e idealizador da Iniciativa Cultural Poetas Vivos, slammaster do Slam da Tinga, integrante do grupo Síganus e da gravadora GuetoAnonimato Records. Desde 2016, faz parte do movimento Hip Hop e acredita na arte como força transformadora na vida de jovens da periferia. Deds é campeão nacional de Slam em Duplas 2018 e campeão interestadual do IV Torneio dos Slams 2020, autor dos livros “Vozes da Revolução”, “NÓS versos de liberdade e melanina” e uma série de fanzines independentes publicados pelo Coletivo Poetas Vivos.

Mariana Marmontel (@neegamari)
Mariana Abreu Marmontel é atriz, produtora e empreendedora cultural. Atualmente, integra o coletivo Poetas Vivos, levando educação, literatura e arte nos mais variados espaços, como escolas, instituições públicas e privadas, entre outros. É designer da marca A Dona da Roda e atua no movimento Hip-Hop em Porto Alegre desde 2014, desenvolvendo funções de Mestre de Cerimônias (MC) em diversas Batalhas de Rap e Slams e produtora de eventos/shows nesse segmento.

Cristal – @cristal
A artista iniciou sua carreira artística aos 15 anos com os versos de poesia falada nos slams pelas ruas de Porto Alegre. Representou o estado pela primeira vez no Slam BR – Campeonato Nacional de Poesia Falada, realizado em São Paulo. Em março de 2019 foi a palestrante mais nova no TEDx Laçador apresentando seu projeto “EterniZarte” que visa eternizar sua memória, dos seus ancestrais e do seu povo através da arte. Em 2019, Cristal estreia no rap com seu primeiro single “Rude Girl”, produzido por MDN Beatz, falando sobre o recorte racial do estado. Com o lançamento da música “Ashley Banks”, também produzida por MDN Beatz, e o videoclipe idealizado pela artista e produzido pela Denegrir Agência, Cristal conquistou a atenção de artistas importantes na cena do rap nacional, como Drik Barbosa, Djonga, Rashid e Emicida. Em 2020 a rapper participou do álbum “Histórias da Minha Área” (2020) na faixa “Deus Dará” do rapper Djonga, inclusive sua música ‘’Ambição’’ foi citada no álbum “Nu” do rapper, na faixa “Vírgula”: “Chorei com Cristal cantando Ambição”. Em julho de 2021, Cristal e MDN Beatz lançaram seu primeiro EP juntos, chamado “Quartzo”, que traz seis faixas cada uma representando um tipo de cristal, cor e significado. A artista foi indicada ao Prêmio Multishow (2023) na categoria Brasil, concorrendo com sua música Kawo. Cristal foi convidada a participar do show na Turnê Amarelo, de Emicida, em maio de 2023, cantando seu hit ‘’Ashley Banks’’ nas duas noites da turnê. Seu último single ‘’Redial’’ é a primeira track a ser lançada do seu primeiro álbum ‘’Epifania’’ contemplado pelo Natura Musical. Seu álbum ‘’EPIFANIA’’ está previsto para este ano, onde a artista irá explorar sua musicalidade e reverenciar artistas da música negra brasileira.

Winnie Bueno – @winniebueno
Pesquisadora, escritora, ativista do movimento de mulheres negras. Coordenou a primeira Comissão Especial sobre a Situação Econômica da População Negra do Rio Grande do Sul no âmbito da ALERGS. É consultora de incidência internacional da ONG Criola e autora das obras Imagens de Controle: Um conceito do pensamento de Patricia Hill Collins e Por que você não acredita em mim?

Diego Ferreira – @diegodacostaferreira2017
Graduado em Teatro (UERGS) e Pós Graduado em História e Cultura Afro-brasileira. Dramaturgo, Professor e Crítico Teatral no Olhares da Cena. Curador Local do 18° Festival Palco Giratório Sesc RS (2024) e do 28° Porto Alegre em Cena (2021). Jurado do Prêmio Tibicuera 2023/2024. Jurado do 9° Prêmio Nacional Carlos Carvalho. Vencedor do Prêmio Açorianos de Teatro em 2021 com o projeto “Três Tempos para a Dramaturgia Negra no RS”.

Camila Falcão – curadora
Camila Falcão é atriz, cantora, performer, produtora, figurinista, roteirista, maquiadora e professora. É Bacharel em Interpretação Teatral pela UFRGS. Trabalhou como produtora executiva no Núcleo Artístico da Casa de Cultura Mario Quintana. Recebeu o Prêmio Tibicuera de melhor figurino em 2019. Foi cantora do Grupo Turucutá Batucada Coletiva Independente. Atualmente atua como atriz e produtora no grupo Pretagô de Teatro e também é cantora e performer no grupo musical Bloco da Laje.

PALAVRA NEGRA – Humanidade CHC
Palestras, espetáculo, oficinas, feira de artesanato – curadoria Camila Falcão
Dias 25 e 26 de setembro
No CHC Santa Casa
Entrada franca com retirada de senhas no sympla.com/chcsantacasa
Classificação indicativa: Livre

Redes Sociais:
Instagram: https://www.instagram.com/chcsantacasa
Facebook: https://www.facebook.com/CHCSantaCasa

Lei de Incentivo à Cultura / Ministério da Cultura
Patrocinadores: Logos Agrogen, Dorf Ketal, Grendene e PizzattoLOG
Realização: CHC Santa Casa/ LIGA Produção Cultural / Ministério da Cultura – BRASIL Governo Federal

Fonte: Redação

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