Um dos precursores das Danças Urbanas Estado, o artista mostra a história de uma criação autoral, com registros dos anos 1980, 1990 e 2000, conhecidos no mundo inteiro e tema do seu Mestrado na UFRGS
No dia 29 (terça-feira), o dançarino, coreógrafo e professor Marco Rodrigues estreia REMIX NA RODA, um espetáculo solo de dança urbana, fruto da pesquisa realizada e publicada na dissertação de Mestrado “Corpos Remixados nas Danças Urbanas”, defendida no Programa de Pós-graduação de Artes Cênicas da UFRGS, em 2018.
A apresentação ocorre às 19h, na Escola de Educação Física, Fisioterapia e Dança da UFRGS – Laboratório Cênico (Rua Felizardo, 750 – Jardim Botânico). Antes, das 9h30 às 11h30, Rodrigues ministra uma oficina sobre dança urbana. Tanto a apresentação quanto a oficina tem entrada gratuita pelo e-mail lucidacultura@gmail.com e contam com audiodescrição e Libras.
O conceito parte do recorte autoetnográfico e das identidades de um artista gaúcho, capoeirista e negro e o desenvolvimento das danças urbanas na América, a partir de um fluxo de mão dupla, das influências culturais do Brasil e das forças globais e locais que se chocam e se misturam, possibilitando novas identificações.
“Remix” é um termo que se aplica ao hibridismo que reflete sobre as trocas culturais e a miscigenação para fusões raciais, originalmente, aplicado à música e que tornou-se famoso ao final do século passado com o surgimento do estilo musical hip hop, a primeira forma de música a incorporar samples de gravações já existentes.
Em se tratando de uma pesquisa brasileira no campo das danças urbanas que envolvem a relação de troca entre países, como no caso de Estados Unidos e Brasil, Rodrigues propõe um “Corpo Remixado” influenciado por essas duas culturas, mas sem que haja privilégios de uma sobre a outra, independente dos poderes sociais e econômicos.
“Avalio como improdutivo considerar qualquer purismo dentro desta arte ou qualquer tentativa de nivelamento homogêneo do(a) dançarino(a), pois não importa aqui o tamanho de cada contribuição. As trocas se dão de forma constante, não de cima para baixo, mas de lado a lado. As diferenças Estados Unidos/Brasil existem, mas na troca elas ocorrem sem dominação ou vantagens dentro do corpo”, destaca Rodrigues.
Nesse espetáculo, Marco Rodrigues mostra um corpo que carrega registros de uma época que transpassa os anos 1980, 1990 e 2000 até sua incursão no campo acadêmico, cruzando o espaço, para além do tempo. Além das apresentações, serão realizadas oficinas e rodas de conversas. Todas as apresentações são gratuitas e abertas ao público em geral.
Este espetáculo é uma apresentação do Ministério da Cultura e da Secretaria do Estado de Cultura do RS, e foi realizado com recursos da Lei Complementar nº195/2022, Lei Paulo Gustavo.
Sobre Marco Rodrigues
Marco Rodrigues iniciou sua trajetória em 1980, com seu ingresso na capoeira. A partir de 1991, acompanhando uma nova modalidade que surgia nas academias de ginástica, entrou para as competições de Aeróbica Competitiva, na modalidade Individual Masculino, destacando-se em 1992 como campeão gaúcho e vice-campeão brasileiro. Em 1993, consagrou-se campeão brasileiro e, em 1994, campeão das qualificatórias para o mundial.
Ao retornar dos EUA, em 1995, criou seu primeiro grupo de dança chamado Escravos do Ritmo, misturando dança de rua a um estilo autoral e se destacando no meio da dança do Rio Grande do Sul.
Em 1997, Marco Rodrigues ingressou no Studio Dullius como professor e, mais tarde, como coordenador da Dança de Rua, conquistado diversos prêmios no estilo.
No ano de 2007, fundou o Grupo My House. Sua primeira montagem, “My House – Nunca um lar foi tão agitado”, realizado em 2009, recebeu dois prêmios Açorianos de Dança: Melhor Espetáculo e Melhor Coreografia, um marco dentro de um prêmio artístico que ainda não havia consagrado um trabalho de dança de rua em sua história de mais de 30 anos. Ainda com esse espetáculo, Rodrigues foi indicado ao Prêmio Açoriano de melhor bailarino, e o espetáculo recebeu o Prêmio Brasken 2010 de Melhor Espetáculo eleito pelo júri popular.
No ano de 2014, o My House estreou o projeto “Transmobilização”, realizando-o em forma de espetáculo na rua e outras performances urbanas e pontuais pela cidade. A criação discutia poeticamente a mobilidade urbana: como e com qual qualidade o cidadão se movimenta nas grandes cidades. Um tema tão atual e necessário, principalmente, depois das últimas enchentes no RS.
FICHA TÉCNICA
Concepção, atuação e coreografia: Marco Rodrigues
Participação especial e contrarregra: Natália Nunes
Dramaturgia: Marco Rodrigues e Patricia Fagundes
Direção cênica: Patrícia Fagundes
DJ: Abu
Sonorização: Alexandre Birck
Iluminação: Driko Oliveira
Figurino: Grupo MyHouse
Cenografia: Rodrigo Shalako
Design Gráfico: Jackson Brum
Fotografia: Nando Espinosa
Edição de Video: Marco Rodrigues, Julia Freitas e Isadora Pimentel
Assessoria de Imprensa: Roberta Amaral/Projeção Cultural
Redes Sociais: Gabriela Chultz
Produção: Luka Ibarra/Lucida Desenvolvimento Cultural
Acessibilidade: Mil Palavras Acessibilidade Cultural
Realização: Grupo MyHouse
SERVIÇO:
29 de outubro | Terça-feira | 19h30
REMIX NA RODA com Marco Rodrigues
Onde: Escola de Educação Física, Fisioterapia e Dança da UFRGS – Laboratório Cênico (Rua Felizardo, 750 – Jardim Botânico)
ENTRADA GRATUITA
29 de outubro | Terça-feira | 9h30 às 11h30
Oficina de danças urbanas com Marco Rodrigues
Onde: Escola de Educação Física, Fisioterapia e Dança da UFRGS – Laboratório Cênico (Rua Felizardo, 750 – Jardim Botânico)
INSCRIÇÃO GRATUITA: lucidacultura@gmail.com
Fonte: Redação